Empresas compartilham serviços e custos de imóvel para serem mais rentáveis

A Cemara e a TRX, por exemplo, já investiram em empreendimentos que incentivam o compartilhamento de serviços entre as empresas instaladas em seus espaços.

Com a crise econômica brasileira, muitas empresas ainda sofrem na busca de recursos para que consigam manter-se no mercado e buscam alternativas para este problema. Algumas delas encontraram uma solução para reduzir os gastos não só no processo de construção do espaço utilizado como também em sua manutenção: o compartilhamento de serviços.

Em um de seus empreendimentos, o CEI (Centro Empresarial e Industrial) Nove de Julho, em Americana, no interior de São Paulo, a Cemara Loteamentos decidiu apostar no modelo de compartilhamento de custos. Com 439 lotes e 750 m² cada, empresas de diferentes segmentos, que adquiriram os terrenos para construção de suas sedes, estão aproveitando a localização em comum para realizar negócios. Para dar apoio aos empresários, a empresa de loteamentos criou uma associação para o compartilhamento de serviços terceirizados, como recursos humanos, segurança, limpeza, empresa de alimentação, entre outros.

De acordo com Marcos Dei Santi, vice-presidente de Novos Negócios e Operações da Cemara, a ideia é que as empresas tenham uma redução nos custos de produtos e serviços de até 20%. Para que este número fosse alcançado, os empreendedores envolvidos no CEI também estão sendo incentivados a comprar seus suprimentos em conjunto, aumentando a escala de pedidos em busca de redução dos valores.

A proposta da Cemara é criar um cluster empresarial, entre os donos de empresas que vão compor o CEI Nove de Julho. “Um cluster como esse pode render uma série de vantagens para as empresas envolvidas. É um estímulo para buscar novos parceiros e gerar relações produtivas para o seu negócio”, completa Dei Santi.

A TRX, um dos principais players da área de real estate corporativo e industrial do Brasil, é também grande adepta do compartilhamento de serviços dentro de seus empreendimentos, para busca de eficiência e redução de custos operacionais. A empresa tem condomínios logísticos de galpões espalhados por todo o País que podem abrigar em um mesmo espaço empresas de diferentes segmentos de atuação.

Uma das empresas que decidiu alugar um de seus galpões é a Sestini. Especializada em malas e mochilas, a companhia estava em busca de redução de custo e um espaço que acomodasse melhor sua estrutura operacional e, por isso, locou 12 mil metros quadrados do condomínio logístico da TRX em Guarulhos, em São Paulo. O empreendimento selecionado é tudo o que buscavam: Triple A (de alto padrão) e possibilita o rateio de despesas mensais como segurança, limpeza, água, energia elétrica, seguro, telefonia e internet entre as outras empresas que ocuparem o espaço.

“O perfil dos ativos industriais e logísticos no Brasil, de maneira geral, ainda é muito obsoleto. A maioria dos que existem é isolada e ineficiente. Quando há oportunidade para se instalar em um espaço com toda a infraestrutura necessária para uma operação eficiente, as empresas enxergam grande valor agregado”, comenta José Alves Neto, um dos fundadores da TRX.