Valor de imóvel para compra com FGTS é elevado
Os novos limites valem a partir de hoje. A última vez que esses valores foram modificados foi no ano de 2013.
Os mutuários que comprarem imóveis novos e usados financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ganharam um incentivo. O Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou ontem (24) o valor máximo dos empreendimentos que podem ser financiadas pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que cobra juros menores que os demais financiamentos de mercado.
Com a mudança, o teto de financiamento subiu de R$ 650 mil para R$ 800 mil na maior parte do país. No Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o limite passou de R$ 750 mil para R$ 950 mil. A última vez em que esses limites tinham sido alterados foi em setembro de 2013.
Os novos limites valem a partir de hoje. Concedidos com recursos do FGTS, os financiamentos do SFH cobram juros de até 12% ao ano. Acima desses valores, valem as normas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), com taxas mais altas e definidas livremente pelo mercado.
Recuperação do mercado
Para o presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, as medidas adotadas pelo Governo Federal e pelos bancos, como por exemplo a Caixa Econômica, têm sido interessantes para o mercado imobiliário, pois demonstram que existem recursos para o financiamento de imóveis. “É uma reforma e ajuda a recuperar as vendas. É um sinal positivo”, acredita.
O cliente está tendo mais oferta, o juros está menor e as taxas de financiamento melhores. “O consumidor tem vantagens”, ressalta Montenegro, que não acredita que neste momentos os valores dos imóveis aumentem. “O mercado tem estoque e o cliente precisa aproveitar este momento”, considera.
O sócio-diretor da Novaes Engenharia, Marcos Novaes, também analisa a iniciativa como positiva para o setor. “Isso é muito bom. Toda medida que o governo fizer para melhorar e ajudar o mercado imobiliário é válida. Além de vir ao encontro da necessidade atual”, declara.
Novaes destaca que com o novo valor os imóveis alcançam taxas melhores de financiamento, mas para um reaquecimento ainda falta um conjunto de fatores políticos e econômicos. “As notícias estão vindo positivas. Em 2017, já será possível uma performance melhor que este ano, porém vai ser de forma gradativa”, sinaliza. Sobre a possibilidade de elevação dos preços neste momento, considera não ser possível, porque o crescimento acontecerá de forma natural quando houver a lei de oferta e procura. Os imóveis permanecem sendo corrigidos apenas pela inflação.
Amortização
Além de ampliar os limites de financiamento, o Conselho Monetário determinou que todos os novos contratos do SFH tenham algum grau de amortização em todas as parcelas. A mudança assegura que o saldo devedor caia o tempo todo e proíbe financiamentos com amortizações negativas, quando, no início dos financiamentos, o mutuário vê o saldo devedor subir e só começa a amortizar a dívida mais tarde.
“A medida vinha sendo estudada há algum tempo pelo Banco Central e tem um caráter de prudência para os dois lados, porque diminui o risco dos financiamentos para os bancos e para o cliente”, disse a chefe do Departamento de Regulação do Banco Central, Sílvia Marques.
A regra valerá a partir de 2017. As operações aprovadas até 31 de janeiro do próximo ano poderão ser finalizadas até 31 de março do ano que vem ainda sem a obrigatoriedade de amortização nas parcelas.
A mudança não afeta o sistema de amortização constante, em que o mutuário abate parte do saldo devedor todos os meses, começando a pagar prestações mais caras, que diminuem de valor ao longo dos meses.
No sistema price, com prestações constantes, as modalidades com amortização negativa serão proibidas. “Todas as parcelas, desde a primeira, deverão ter alguma amortização que permita reduzir o saldo devedor desde o início do financiamento”, explicou Sílvia.
FONTE: Revista Construa